E se da matança não houver ouvidos
os sentidos rasgados desmaiam no caudal
talvez sangrando as palavras opacas,
este o graal consentido.
O ringue está sempre pronto:
os imprevidentes impérios
tutelam-se nas mangas dos burocratas
tornam-se adultos
no avesso das páginas remendadas.
As mentiras sobram nas goteiras
cobrem as vidraças com o orvalho demorado
e as pessoas avançam no meio das ilusões
apagadas
como sempre são as pessoas
no fingimento de serem as peças centrípetas
que sobem a palco
ao palco sem residência nem existência certa.
E as palavras
invisivelmente sangradas
escorrem no meio da podridão coeva.
Não se enfastiam
os mecenas do teatro dos fingimentos;
sabem que só são periscópios
enquanto os demais
forem corsários da grande mentira universal,
a mentira que se entronizou
metáfora da verdade.
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