5.12.23

Viva a dinastia, viva!

Enchem-se ruas e bancadas

compram-se confettis 

assobiam os foguetes

traduzem-se elogios:

 

vem aí a dinastia

 

sirenes estridentes

a precederem-na

espadaúdos espécimes

para a ordem garantirem

plumitivos histriónicos

de microfone em riste

o povo arrebanhado

em edital vocal

fatos cinzentos

discretamente exuberantes

(chiu: são dos serviços secretos

não contes o segredo)

e finalmente

a dinastia regular

do mexicanizado regime

um regime sem dieta

gordo e gordo e gordo

para prebendas distribuir

por um séquito

que alimenta

outro séquito

e mais sequitozinhos

até não sobrar vivalma

à mesa do orçamento

no banquete onde a dinastia

arrota um divino direito.

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