5.2.25

Desembaixada

Guardo o sangue passado 

no rio que se torna mar 

num futuro que não tarda.

Escolho as sílabas cantantes 

entre o medo de ser 

e a ambição de vultos torrenciais.

A fita métrica

sobe a andares altos 

onde solenes discursam 

os embaixadores da pertença.

 

Guardo o sangue 

passado de desperdício a passaporte.

 

Se ainda for a tempo 

digam que fui discreto 

na convocatória de ovações 

pois, assim como assim, 

elas eram sempre em causa alheia.

 

Nunca soube 

de mim ser

embaixador.

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