18.2.25

Trama

Corres atrás da fonte das palavras

os dedos juram estrofes sem medo

como se apostassem na redenção. 

Desdissesse as juras amontoadas

os vultos então emparedados

condenados ao silêncio

e a noite enfim soberana na escolha

dos sonhos desembaciados. 

 

Os apeadeiros não tinham nome

como as pessoas não tinham nome

e eu sabia

no provisório desdém da verdade

que as profecias nunca têm validade. 

 

Chamava pelo ciciar da fala perto

um miradouro às escondidas

os corpos insinuados nas sombras revezadas

até que as portas desembaraçadas

se abraçavam às sentinelas sem freio

levantando as credenciais 

e o medo cristalizava em leves socalcos 

só à espera

de o luar confirmar 

a voz penhorada da noite.

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