Agarro o dia pelos colarinhos
desafio-o
a ser o lado visível da coragem
a sair do lodo em que se consome.
As flores não se escondem nos canteiros
nem quando a tempestade vira tudo do avesso:
o dia
não pode ficar por menos
só precisa de ser agitado
fortemente convulsionado
pelos colarinhos
para se libertar do torpor suicida.
Ai do dia
se sobrar impávido
e os colarinhos vierem puídos:
ainda confiamos no dia
não precisamos que ele seja embaixador
da apatia que nos condena
a vegetar sem ânimo de coisa diferente.
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