As vozes fogem dos ossos
amedrontam-se
com os opúsculos que desacertam as certezas
enquanto os demónios
que conspiram nos telhados estroncados
não se sossegam.
A trovoada ingénua
empresta uns modestos clarões à noite
vocifera o gemido castrado
dos deuses desautorizados
– os pobres deuses que
se pudessem
só tinham as saudades como alimento.
Estes são os visíveis rostos
da parte de fora dos corpos
lençóis estendidos escondendo a pele
como se fosse vergonha
o gentil canto que chama os pássaros.
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