11.2.25

O martelo

Martelo

és pneumático no percutir

e abandonas os choros ao troar insistente.

Martelo

por quem és

esvoaçando mistérios 

alinhavados no movimento basculatório.

E se, martelo,

te vierem desmembrar

na solidão da madrugada altiva

seccionado a bigorna metálica

da haste em madeira puída, 

de ti dirão que foste aliviado de serventia

agora perdido na inútil disfunção de ti mesmo.

Não tivesses sido algoz

agora à mercê da justiça com a assinatura

das vítimas que arrolaste.

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