As rugas
desenham a assimetria do tempo.
São como cicatrizes dos sismos havidos
fraturas dantes expostas
traduzidas para tatuagens salientes.
As rugas
não falam pelo tempo pretérito
só falam no presente cheio de melancolia;
ou então
no terrível desamparo do tempo urgente:
nem sequer há tempo
para o olhar se deter no espelho
e cortejar as rugas que não escondem
a antiguidade.
As rugas
emprestam um consolo subvencionado
admitem no portal do tempo
a sua usura com os corpos.
Não é por conta de milagres
que são adiadas na nomenclatura
da idade.
São como catedrais:
credoras de estatuto
no cansaço do corpo compensado
pela lucidez montada na sela da quietude.
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