26.6.25

O sangue do vulcão

O sangue do vulcão 

esperneia 

às costas do medo.

 

As feridas

são o penso da loucura

sobre elas pesam 

as fundações do passado.

 

No viés da maré

contam-se as palavras turvas

o imenso lamento por esgotar.

 

E o vulcão em sangue

desce 

antes que o tempo tenha paridade

sua é a sede do mar furtivo.

 

A pele suada foge da noite

na peugada dos sonhos de autor.

 

Não se espere muito dos dados

à conta de sortilégios

a boca emudece

no provérbio venal.

 

Falam

as pessoas que saíram à rua

falam como se houvesse

quem as quisesse mudas:

não se sabe o que dizem

mas também não importa.

 

O sangue do vulcão

cicatriza sob os auspícios

do mar

agora sobram as tatuagens

para memória futura.

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