14.10.25

Cerimonial

No vagar das luas demoradas

chamo pelo teu nome. 

Espero

na empreitada de generais sem arsenal

os braços nus;

 

eis a herança que deixo

para memória futura. 

 

Escolho os baldios como pátria

prefiro às cidades onde 

puídas 

habitam as pessoas que jogam ao acaso

e se perdem num labirinto de incenso

atiradas à sua decadência. 

 

Pelos ombros da tarde

vigio as janelas arrumadas

que esperam pelo ocaso. 

 

Não pedimos lume à noite

as ramagens adormeceram sob os auspícios

do vento entretanto omisso. 

 

Digo o teu nome

e o teu rosto

o teu corpo dádiva

sobem ao promontório destemido

e as estrofes vulneráveis

tornam-se o idioma que nos faz falar.

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