Arranco as páginas
como os dedos se emprestam ao afago.
Revejo nos lábios
a usura dos corpos extáticos
a água por dentro
a salivar numa corrida desenfreada.
Insisto
na redenção pelo silêncio
nesta habilitação de palavras intuídas
palavras adivinhadas no estuário amanhecido
e na glosa do dia entronizado.
Trago à tua mão desamparada
o destino havido na desautorização da angústia.
Depois
se formos ao lado do sortilégio
não somos reféns do medo
e sabemos
que a madrugada se demora
enquanto adivinharmos o corpo cúmplice
que se deita ao lado.
Sem comentários:
Enviar um comentário