Os dentes de fora
rabeiam a saliva colérica
os dentes querem sangue
sangue
e vítimas –
ou não é a História
um inventário de vítimas
e quase sempre perfumadas
pela inocência profanada?
Não há maestro
e ninguém sabe do paradeiro
das batutas.
Ninguém se empresta
à escuridão
como uma assinatura em branco
num contrato por revelar.
Ninguém confia
na palavra dada
quanto mais
na palavra vendável.
Assim vamos
fingidos e motivados
nesta Terra
de terra e mel e sangue
e todo o mar
para nele encontrar
refúgio.

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