1.10.25

Penso, rápido

Os dentes de fora

rabeiam a saliva colérica

os dentes querem sangue

sangue

e vítimas –

ou não é a História 

um inventário de vítimas 

e quase sempre perfumadas 

pela inocência profanada?

 

Não há maestro

e ninguém sabe do paradeiro 

das batutas.

Ninguém se empresta

à escuridão

como uma assinatura em branco

num contrato por revelar.

 

Ninguém confia

na palavra dada

quanto mais

na palavra vendável.

 

Assim vamos

fingidos e motivados

nesta Terra

de terra e mel e sangue

e todo o mar 

para nele encontrar

refúgio.

Sem comentários: