Os loucos não erram
na sua aparente errância.
Devolve-se-lhes um caudal próprio:
o desinteresse
pela demência do mundo
que os determina loucos.
E pergunto-me:
se um demencial mundo
(disfarçado em seus impecáveis pergaminhos)
é legítimo
para deitar os loucos ao ostracismo.
É dos livros e da matemática:
dois negativos
um positivo somam.
(Se admitirmos,
como julgo líquido conceder,
que duas loucuras arrostam
sinais negativos;
outro seja o predicamento
e o pleito salda-se
pelo estilhaçar do cordão sanitário
em redor da loucura,
enfim normalizada.)