Três alqueires de alquimia
por cima da pele gasta
no olho do observador experimentado
no furacão ensandecido
que não pactua com vírgulas a destempo:
pode-se enganar uma pessoa de cada vez
mas não todas ao mesmo tempo.
A vã ilusão da grandeza
esbarra no caudal apertado
nas águas mortiças que estagnam
no imemorial lampejo da recordação perdida
interpelando o barro arcaico
a fortaleza que oculta as rugas que destoam:
pode-se pretender ser o fingimento
o papel mais fácil
(de atuar e de desvendar).
Profetizam os beatos adivinhadores
desgraças mais infaustas
o comezinho pó que se insinua nas entrelinhas
o pós-qualquer-coisa que pisa seus calos
o promíscuo contrabando de ideias
das pessoas desalinhavadas da vertebral coluna:
não sejam insistentes pregadores
não vá sua calvície acabar patenteada
ao público olhar.
Pode-se jogar no arame da ignomínia
sem saber
que os jogadores são as presas favoritas.
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