11.12.18

Correio

Nas outras pessoas
o ónus de serem desafio
enquanto por mim porfio
sem nada querer com loas. 

Sei do amanhã um tremendo nada
resolvido num lençol de suor
amarrado à tenaz da dor
e nem assim aceito protetora fada. 

Se do ontem memória houve
trato (ato contínuo) de seu arrependimento
em cuidando deste esclarecimento
para a voz que de mim se ouve. 

Acerto o relógio com o presente
num infortuito sopesar da alma
no navegar do rio de água calma
sem tudo querer no que o dia consente. 

Se o corpo se debate, incansável,
na arena onde as proezas não importam
retiro da alma predicados que me imputam
e deito os dados ao céu insaciável.

Sem comentários: