14.12.18

Morte cerebral

Neste corredor
onde os ossos se compungem
atiram-se interrogações sibilinas
num jogo de peças variáveis.

Não quisessem os sultões das verdades
ter pretensões
e talvez as subidas não o parecessem
nem o risível ganhasse forma.
Mas não.
Os ventos sopram a desfavor.

Na banalização das crises
surtem as frágeis invetivas ao pensamento:
o fácil não pode ser estorvado,
protestam os inflamados ascetas da nulidade.

Neste corredor
parece que se insinua
um odor a morte.
A morte cerebral.
A morte típica
dos que se entregam 
no catavento do despensamento.

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