18.12.18

Evanescente

Esqueci
do amanhã em equação.

Desvendei o vazio
no nevoeiro baço.
No tiranete bolçar das veias
fujo do calmo adornar dos corpos
das medidas enquistadas na arca
sem o temor dos temores
do sino maldito que turva o sonho.

Esqueci
da manhã em cogitação.

Arrematei o revólver 
no coldre sem fundo.
Nas águas onde corre o sangue
invisto com o destemor dos loucos
contra a vilania dos velhos
sem amordaçar as palavras
no verso repetido no eco da noite.

Não esqueci
dos vasos intumescidos
à boca do meu desejo.

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