Alguém disse,
em jeito de alarmada advertência:
tiraram as pestanas ao algoritmo.
Subiram as lágrimas
talvez furtivas
aos calcanhares dos bispos
e os clérigos afocinharam os cotovelos
nas praças vazias.
Uma equação
bateu com o focinho no emparedado
quando soube da avaria do algoritmo.
Nesse dia
fez-se constar
que os matemáticos estavam distraídos
(talvez
em conciliábulo com o clero)
e não puderam sondar
a roda dentada onde se dissolve
o peito sem mágoa.
Se ao menos
pudessem os dedos cantar;
seria a música a figura de estilo
dos contumazes?
Enquanto o algoritmo
continua em paradeiro incerto
as páginas enchem-se de especulações.
Tomara que os matemáticos
voltem a marcar terreno,
assim como fazem os gatos com cio.