8.8.19

Conta corrente

No bolso
guardo minha sentinela
em vez do temporal em febril tumulto.
Soube de Eros
e passei a saber de mim
no estorno embuçado em estrofes viris
só para resolver pendências 
com a hermenêutica correta.
Não houve alarme a soar:
deixo a soberba para as capas mesquinhas
onde se deificam
pequenos estilísticos de auto-imaginada
grandeza.
A minha sentinela
resguardada no bolso escondido
conta-me histórias.
Não procuro incarnar as histórias
e muito menos
as personagens que a elas pertencem.
As vozes telúricas
compostas nas caves que se pressentem no chão
estão a contar com as histórias contadas.

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