Calmamente
endosso o dia restante
ao perentório exacerbar da mudez:
há alturas
em que o silêncio
é a melhor poesia.
Sem os archotes da sensatez,
diz-se por aí,
os atos são a tresleitura de seus patriarcas
e não é de estranhar
que sucumbam em suas interiores armadilhas.
Calmamente
recuso o cintado manual da sensatez.
Sinto
(e concedo que posso não estar enganado)
que fui vítima da sensatez,
várias vezes,
da minha e da de outros.
Chamo as ferramentas ao meu uso.
Tenho de afrouxar
os parafusos da sensatez,
à espera que jazam
espalhados
e sem remédio.
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