Pelo fundo da garrafa
o pináculo da audácia
numa cordilheira de juras.
Amedronta-se o medo:
nem vulcões irascíveis
lobrigam o rapto do sono
nem eles
fermentam o desassossego militante.
Amedrontem-se
as estrelas cadentes
os astronautas de galáxias amancebadas
os regentes garbosos:
pelo fundo da garrafa,
que é onde sobra a valentia pura,
os dias chegam ao peito
e são eles que se afeiçoam
à lava incandescente
imparável
que sobe à boca
contra as vendas amestradas
os emissários do silêncio
os procuradores da tirania arrevesada.
Até que o fundo da garrafa
traduza a inteireza
apenas a inteireza
que não capitula
às reticências oxigenadas
pelos apóstatas da liberdade
que não desaprendem de cuspir
no direito a ser
que é o ser dos outros.