Escolhi a manhã.
Neófita
traduz a luz iniciática
ainda sem o jugo
da poluição.
O sabre das multidões
não frequenta a manhã.
(Podia também alvitrar
a bruma espapaçada
o orvalho que desapega do musgo
o rio lânguido que estacionou
à espera da sua foz
os poucos rostos, estremunhados,
o punhal que se abate
sobre o desamparo da noite
que é sempre demorada,
até no solstício do Verão).
Escolhi a manhã.
Antecipo as almas amestradas
irrompendo nas artérias ocupadas
arrastando-se até a manhã perder gabarito.
Não deito a perder
uma única manhã.
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