3.5.21

Jardim botânico

A aguarela sentou-se no lago

e deixou que o espelho de água

falasse por si.

E antes que a noite tivesse pressa

não deixou que a plateia 

se exilasse no olvido.

 

Deitou a mão ao entardecer

e emoldurou a aguarela

em lugar imperial.

 

Não saiu do lugar,

não fosse o lugar sair do sítio.

 

Na manhã que se seguiu

a aguarela era a continuação

do lago

e ele,

o pintor encomendado,

esquecimento puro de si mesmo.

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