Sou
velocidade de cruzeiro
um meteorito despenhado no futuro
o osso duro que não se adia
regimento sem artilharia
ingrediente raro sem paradeiro
o estuque que disfarça a muralha arcaica.
Sou
o barítono do lugar omisso
a tisana oferecida aos reféns sem preço
pacífica aspiração
rebelde industriado pela vontade sem cortina.
Sou
o olhar sufragado
mãos que se entrelaçam nas sombras
a cobiça desautorizada por vozes apagadas
o espartano delator de ninguém.
Sou
uma medida sem medida
ponte pênsil segura por presilhas
negação da numismática
e no entanto colecionador de toponímia.
Sou
o silvestre artesão que determina as mãos
no mais impuro segredo entre os ímpares.
Sou
o desafio à vertigem do tempo
rebelde sem causas
mentor de almas por tresmalhar
descompanhia recomendável
no parapeito da angústia sem remédio.
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