12.5.21

Sob custódia

Sou 

velocidade de cruzeiro

um meteorito despenhado no futuro

o osso duro que não se adia 

regimento sem artilharia

ingrediente raro sem paradeiro

o estuque que disfarça a muralha arcaica.

 

Sou 

o barítono do lugar omisso

a tisana oferecida aos reféns sem preço

pacífica aspiração 

rebelde industriado pela vontade sem cortina.

 

Sou 

o olhar sufragado

mãos que se entrelaçam nas sombras

a cobiça desautorizada por vozes apagadas

o espartano delator de ninguém.

 

Sou 

uma medida sem medida

ponte pênsil segura por presilhas

negação da numismática

e no entanto colecionador de toponímia.

 

Sou 

o silvestre artesão que determina as mãos

no mais impuro segredo entre os ímpares.

 

Sou 

o desafio à vertigem do tempo

rebelde sem causas

mentor de almas por tresmalhar

descompanhia recomendável 

no parapeito da angústia sem remédio.

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