16.5.21

Fraqueza

Não sei dos números em barda

os que falam em vez do silêncio

em ondas sem cessar

que ajeitam o dia.

Não combino farsas

com os circenses que se pavoneiam

deixo para depois as cortinas com enfeites

e parto do cais para chegar a casa.

Não abandono as ideias sem patrono

nem deixo que sejam órfãs 

as palavras arrancadas aos escândalos.

Não fujo do âmbar das palavras

nem que um cerco sem remédio

tome conta do peito.

Aos sinos sem fala

não conto o desenho do amanhã.

Prefiro que sejam os instantes

a caiar as paredes vetustas.

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