22.6.21

Chave de fendas

Partiam-se as portas

nos despedaços de outrora.

 

Eram as mãos

então derruídas

a coabitar a fortaleza da alma.

Queria a desmedida das montanhas

o ruído assombroso das falésias

o ciciar dos verbos quiméricos;

queria

povoar com a fala

as páginas enferrujadas pelos estilhaços

sem recusar o vento de estibordo

sem calejar a pele então tatuada

pela impureza.

 

Dissessem o que dissessem

entre as luas amarrotadas

e as mangas de uma camisa por engomar.

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