Um fugitivo
não sabe de cor
as armas em que se dissolve
a angústia.
Não aprende
nem por tentativa e erro
o ritual que o empossa,
resistente,
contra mastins que coabitam
na melancolia.
Um fugitivo
não é um pária.
É arquiteto das suas escolhas
refém da sua vontade.
Um fugitivo
fala pelas omissões.
Distingue-se
dos que fingem assiduidade
e desertam em comissões venais,
mascarados de hipocrisia.
Os fugitivos
só fogem de si mesmos.
Que não se abata sobre eles
a exprobração.
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