6.10.21

O contrabaixo fala mais alto

Vago a pele na tarde sem marca.

Havia musgo

versos e sintonia

entre a amálgama do saber

e o vazio da morte.

Se em meu pecúlio me escondo

não é um estertor a carpir um futuro;

é a serena exposição dos abetos 

arbustos como outros

a notável indiferença que somos sem mágoa.

A tola esperança na fadiga dos estetas

agrava os fusíveis sem escala

e nas trevas ferve o destemor

por conta das mãos contundentes

que não se desalojam das raízes fundas

a razia a prazo no pranto sem juras.

É neste magma que ordeno a lava.

Façam-se por conta das anónimas preces

os volteios que 

registados 

se fundam nos vitrais.

Entre a maré da tarde 

e a incontinência da noite

sou eu

marinheiro sem praça

a estiolar no clã que se estremunha

eu,

perdidos os versos na armadilha da fala,

sentido com tanta prodigalidade.

Da marca

não registada

levo a pele 

aberta por tatuagens sem autor.

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