As escamas puem a pele aturdida
num opúsculo de decadência
que não estava no programa.
Fala-se da senescência
e as mãos furtivas
procuram um outro mapa
desencantadas
com o augúrio do tempo presente
que parece conspirar com um porvir belicoso.
Fogem os dedos trémulos
(decantados numa miríade crepuscular)
das estrofes aprisionadas em labirintos
gastas em fogos noturnos
como se andassem à candeia
no chamamento de uma lua embaciada.
Os corpos adiantam-se ao tempo
(diz-se, com angústia sentida).
Aos altares sem paradeiro
responde-se com a contumácia indiscreta
antes que sejam tardios
os murmúrios que se emaranham nos sonhos.
A ferrugem das ideias
não parece ter sido vertida no estuário
enquanto o corpo extático se arrasta
na marca da usura
(ou com a usura das marcas hasteadas,
quem sabe?).
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