17.1.22

Anéis que não têm dedos

Todas as fotografias

resumos inacabados, estéreis,

a safra adiada dos tempos com mofo. 

 

Todos os pesares

diademas ancilares, inúteis,

a lua cheia escondida num castelo de nuvens. 

 

Todas as euforias

juras inverosímeis, farsantes,

modo motriz das vias vindouras. 

 

Todos os olhares

colonizadores impacientes, ávidos,

tutores dos mapas à procura de revelação. 

 

Todos os sabores,

bocas e corpos combustíveis, transidos,

no paradeiro que não se invalida.

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