Sou
vento do Norte
onda refeita no verso da tempestade
boca à espera de loucura
varanda que amansa a paisagem
voz que se levanta na pátria da mudez
corpo comprometido com a tela da avidez
jura infundamentada
fonte de ideias enredadas na desarrumação
posfácio de um epitáfio proibido
montanha adiada sem medo do tempo
verso singular no emaranhado de vozes
caudal em frémito esperando pelo estuário
página iracunda domada no bálsamo da noite
madrugada sem atalaia
a rua rochosa
sem medo das espadas desembainhadas
sede por dentro das veias
instinto consuetudinário inaugurado no leme vão.
Sou
a desarmante face
de que o porvir é trunfo
sombra no avesso do luar maior
a mão caiada em página nunca gasta.
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