26.1.22

Manifesto anti melancolia

A tempestade

acorda o sangue hibernado. 

As palavras

elevam-se ao sopé da cordilheira. 

A pele

derrama suor nos acordes da ira. 

Os navios

esperam por vez

desenhando o estuário com suas silhuetas. 

A manhã

demora no emaranhado do inverno. 

O mar 

envaidece com a pose tumultuosa. 

A fala

inventaria as palavras destemidas

agora que o sal invadiu a pele

e os ossos rejeitam a melancolia.

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