7.3.24

Extinção

Plastifico o sangue 

não vá latejar na ebulição

e eu seja vulcão contrariado. 

 

Componho os telhados efémeros

contra a fala das velhas tempestades

é da carne feita que se fabricam as sílabas. 

 

Açambarco as desilusões sem paradeiro

no sono dos gatos furtivos

adivinhando as aleias da noite lunar. 

 

As janelas escondem o amanhã sem passaporte

as viúvas remedeiam o desmedo

nas costuras puídas pelas velhas mãos. 

 

As vozes são tomas diárias de coragem

barcos frágeis que fundeiam a despeito. 

 

O vivo sal enfeitiça as musas

desta fraca linhagem se diz soberania

os povos possuídos pela imoderação. 

 

E se ao enxofre digo oxalá

deixo ao cuidado dos copos cavernosos

esta herança feita de garfos antónimos. 

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