Plastifico o sangue
não vá latejar na ebulição
e eu seja vulcão contrariado.
Componho os telhados efémeros
contra a fala das velhas tempestades
é da carne feita que se fabricam as sílabas.
Açambarco as desilusões sem paradeiro
no sono dos gatos furtivos
adivinhando as aleias da noite lunar.
As janelas escondem o amanhã sem passaporte
as viúvas remedeiam o desmedo
nas costuras puídas pelas velhas mãos.
As vozes são tomas diárias de coragem
barcos frágeis que fundeiam a despeito.
O vivo sal enfeitiça as musas
desta fraca linhagem se diz soberania
os povos possuídos pela imoderação.
E se ao enxofre digo oxalá
deixo ao cuidado dos copos cavernosos
esta herança feita de garfos antónimos.
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