A janela efémera
olha por dentro das veias
cicatriza a carne aberta
pelo tempo estouvado.
As linhas cosidas sobre a pele
arrefecem o ardor
os novelos do ocaso dão-se à combustão
e os sentidos hibernam
entre as estrelas avulsas.
Olho pelas fogueiras que hasteiam refúgios
é esta atalaia que redijo em forma de lei
mesmo que seja baldio o pensamento
e em vez de cortinas veja o luar caiado.
Corro pelos miradouros
corro como se não precisasse do sono
a maré alta de meu peito desdoído
a fala que se intromete no silêncio.
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