14.3.24

Simetria

Tiro desta fala

o testemunho maior

cobro

às varas que contam o futuro

os olhos embaciados

que se passeiam nas livrarias. 

 

Desejo o estatuto decaído

os telhados contrabandeados

as bocas teatrais e desemudecidas

um espartano anoitecer

na margem da loucura. 

 

Apago as luzes do dia

as cortinas baças abatem-se no equinócio

e sinto o aroma da Primavera

o corpo que nu se entrega

aos dedos que exaltam fantasias

o sentado sentir por dentro do sangue

enquanto as respostas se encomendam

ao próximo apeadeiro 

sem nome.

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