24.4.25

Apostilha da concórdia (e corruptela de anexins)

Dádivas deste jeito

eram rarefeitas

e as pessoas rimavam com seu pasmo

aprendendo, muitas, o que se diz dizer

do insólito 

depois de o dicionário consultarem. 

Outros, desconfiados,

tecem um jogo de palavras

oxigenando pobreza e esmola

e, ó palco sem surpresa,

desconfiança. 

Metendo a sexta na desconfiança

travam uma perna atrás

quase seguros que a dádiva traz

 – voltando aos lugares-comuns 

terçados por anexins –

algo que pressente 

um líquido

e a boca de uma ave. 

Mas às dádivas não se diga não 

pois o idioma vulgar já consagrou 

que a um equídeo de oferta 

não se inspeciona a dentadura. 

E a ralé

(Régio, apud. Marcelo)

convencida será

pois em pior estado não estará

no pulsar das regalias outorgadas. 

Pois que visto pela lente desfocada 

dos filantropos,

sempre se poderia invocar a seu favor

que tanto pecam por albergar o canídeo

como em espantá-lo para incerto paradeiro. 

E como já impetram a moral da história

diga-se

em abono de todos

agraciados e filantropos 

que a concórdia 

é sempre a melhor moeda.

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