Dádivas deste jeito
eram rarefeitas
e as pessoas rimavam com seu pasmo
aprendendo, muitas, o que se diz dizer
do insólito
depois de o dicionário consultarem.
Outros, desconfiados,
tecem um jogo de palavras
oxigenando pobreza e esmola
e, ó palco sem surpresa,
desconfiança.
Metendo a sexta na desconfiança
travam uma perna atrás
quase seguros que a dádiva traz
– voltando aos lugares-comuns
terçados por anexins –
algo que pressente
um líquido
e a boca de uma ave.
Mas às dádivas não se diga não
pois o idioma vulgar já consagrou
que a um equídeo de oferta
não se inspeciona a dentadura.
E a ralé
(Régio, apud. Marcelo)
convencida será
pois em pior estado não estará
no pulsar das regalias outorgadas.
Pois que visto pela lente desfocada
dos filantropos,
sempre se poderia invocar a seu favor
que tanto pecam por albergar o canídeo
como em espantá-lo para incerto paradeiro.
E como já impetram a moral da história
diga-se
em abono de todos
agraciados e filantropos
que a concórdia
é sempre a melhor moeda.
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