Das pistolas puídas falam os párias.
O sol posto sobre as entradas
um embaraço aos estetas
como um campo minado
por ferramentas amolecidas;
já nisso andam os pastores
desde a alvorada anterior à própria alvorada
o pecaminoso joelho em cima da luz ríspida.
Depois
entram os cavalos desempossados
consomem a saliva irada de quem foi abandonado
impunemente desbaratando a liberdade herdada.
São tantos os contos
que se atropelam na tela do pensamento;
não chega todo o vocabulário
nem a medida do tempo parece combinar
e a trovoada como pano de fundo
mistura-se com o rumor do fino fio de água
que é ainda véspera de um rio.
Avançam
sobrepostos a uma meada de nuvens
os braços frenéticos que falam de segredos;
avançam
reféns da sua ordem meteórica de acasos
e nós
desde a plateia
esboçamos um coro esforçado
não escondemos o olhar seráfico
que se antecipa ao sono tutelar.
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