É preciso
patrulhar o esquecimento
tirar o sal das bocas semânticas
olhar pelo avesso dos espelhos adiados
convencer os agiotas que têm a cabeça a prémio
ordenar aos ajaezados eruditos
que traduzam as falas gongóricas
amanhecer de sangue cheio
lembrar as nuvens onde repousa o futuro
misturar idiomas à volta de vírgulas rebeldes
contemplar a lua que bebe do céu
tirar as medidas que antecipam o estuário
e dizer aos que ouvem
exatamente aquilo
que não querem
ouvir.
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