8.4.25

Conduta

Permanente contratempo

a égide dos olhos tomados pelas nuvens

e lá fora

a multidão sem protesto por falta de causa. 

 

Logo que os tribunais dos sentidos

ganhem sua pausa

peço à lua um chapéu sem abas

para do luar pedir duas estrofes de empréstimo

enquanto finjo um sono improvável

e escuto as falas que se entrecruzam

no reino destronado 

por conta da avenida dos heróis sem nome. 

 

Não se diga 

que há carestia de palavras. 

O poema arredondado 

sobe no crescente diurno

emoldura o rio prateado

como se fosse medalha olímpica. 

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