Permanente contratempo
a égide dos olhos tomados pelas nuvens
e lá fora
a multidão sem protesto por falta de causa.
Logo que os tribunais dos sentidos
ganhem sua pausa
peço à lua um chapéu sem abas
para do luar pedir duas estrofes de empréstimo
enquanto finjo um sono improvável
e escuto as falas que se entrecruzam
no reino destronado
por conta da avenida dos heróis sem nome.
Não se diga
que há carestia de palavras.
O poema arredondado
sobe no crescente diurno
emoldura o rio prateado
como se fosse medalha olímpica.
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