10.4.25

Ímpares

É a maresia que adocica o dia

à medida que o relógio se adianta à luz

e os desacontecimentos se orquestram

no idioma válido. 

Diziam 

que somos todos derrotados

mas não acreditei;

está é uma teimosia cara aos vencedores

um cálice bordado a ouro para o melhor néctar

as pétalas encimando as pálpebras prístinas

e outros modos de falar 

que passam pelo silêncio. 

Tomo o entardecer como solução para as dúvidas

sob a tutela de um copo de vinho

a espada para desfeitear o dia tumultuoso

à espera que a maré encha

no recobro solitário dos verbos desarrumados. 

Esta é a fértil absolvição imprevista:

o revólver vazio 

acompanha a solidão da noite.

Ainda bem que não há vítimas

no perímetro sob a tutela do olhar.

Sem comentários: