Podemos dar nomes a vulcões
ou apenas ficar à espera do luar
enquanto afastamos o crepúsculo
com as costas das mãos.
Podemos assentar os olhos no devir
amassando os verbos até serem pródigos
e cortejar os jacarandás
até que se tornem nossa bandeira oficial.
Podemos desejar os versos por fazer
sermos arquitetos da poesia sem estribo
ou apenas darmos a voz colossal
ao palco onde se emancipa a fala.
Podemos fugir da noite fria
empunhando as mãos enlaçadas
que fruem no hino magistral
enquanto vemos os dias em roda-livre.
Podemos ouvir o rumor das rugas
o silencioso penhor que não recusamos
e estender os passos ao tamanho do mundo
no calendário sem regras que levamos nas mãos.
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