6.5.25

Fracos e orações (e a História)

A rota dos fracos

os que fraquejam sem medo

e de si se dão à fúria do tempo

e das pessoas

matérias válidas 

no esplendor de bibliotecas ajardinadas

eles 

que não se emancipam da multidão

e levam os vultos em trelas distantes

enquanto a noite se assenhoreia dos baldios

e os transforma em vestimentas dignas

de príncipes. 

 

E dizem:

os outros estão gastos

e essa fraqueza ninguém convoca

como se os flocos de neve 

metamorfoseassem o chão sujo

tão célere a precisar do disfarce da neve

sobre si.

 

Os outros estão gastos:

ou então somos nós 

puídos da cabeça aos pés

em poses arrevesadas

ensebando a sela onde lugar têm

as palavras arrancadas a dicionários. 

Servem-se os chapéus

como gare para que o mundo,

se desabar com fragor,

caia ao lado deles. 

 

Talvez acreditem em acasos. 

 

Ou 

na boa fortuna dos lugares em decadência 

e sabemos então

que a decadência 

não contraria o despojamento.

Sem comentários: