Por artes de um mal-entendido
assentei o cimento bem entendido
antes que fosse noite
e já não fossem horas
de expediente.
Tropeçava na dicção:
ele há palavras que se enrolam na língua
(subsidiariedade,
inadimplemento,
ressarcir,
ó malditas palavras anti poéticas)
mas antes fosse essa a textura dos males
do que serem ideias enredaras nos interstícios
do pensamento.
Antes que as fizesse passar pelos semáforos,
acendia-as:
queria saber ao que vinham
o que podiam deixar para memória futura
entre despojos e desperdícios
que adjetivos se atiravam
para o ringue onde se antepunham:
ah, palavras rivais
pensamentos forjados na régua e esquadro
da antítese
sumarenta safra dos frutos videntes
goela por onde espreita a matriz do outro
à qual damos a mão
em vez de um não.
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