O rosto impassível
trava o silêncio na dobra da noite
sabe que o luar não é linguagem
nem os pesadelos são idioma.
Se houvesse vultos sem freio
e as sombras avinagrassem a pele
seríamos apenas parcas silhuetas
à mercê da primeira tempestade.
Mas não é disso que nos compomos:
singulares embaixadores da estética
povoamos palavras com metáforas
como se fosse preciso disfarçá-las
antes que sejam hipotecadas
pelos mastins que roubam os dias às pessoas.
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