O século
atirou sal de mais
para o sangue
num telúrico bocejo
contra a inadmissibilidade da espécie.
O século a seguir,
desconfiado,
abriu concurso:
deu folga
ao excruciante pesar
das almas passadas
como se por elas suplicasse
uma estirpe de confiança.
O mérito não esconjurou
o sangue ainda puído
e a espécie insiste
no suicídio como tal,
o exemplar desexemplo
do logrado pelo século paciente.
Dele
não se diga
ser anátema dos tempos,
ou que seja diligente
no acerto de contas
com a espécie deslustrada:
os votos falam pelas pessoas
e o século assiste
nos bastidores
às urdiduras da loucura em movimento.
São os votos a elegia fatal
a que vão sendo somados
episódios do desorgulho,
da espécie que não merece
as outorgas da biologia
nem a usura dos pontos de exclamação.
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