Adio a boca amordaçada
o vento fala nos interstícios da pele
e o crepúsculo demora-se
no avesso da alma.
As improváveis sílabas
mastigadas no tempo tartamudeado
colhem a manhã pela raiz
sob o olhar indigente do mundo atávico.
Sobem a palco os irrisórios mastins
desarmadamente nus
iludidos num império despojado
para serem sindicados pelas almas impuras.
Os mecenas falam sem embaraço
deles é a proposta de indulgência
à medida da sensata negação da vingança
como exemplo para os que suplicam redenção.
A impermanência dos destroços do passado
é a mnemónica para memória futura
o logro seria o olvido célere
a confusão entre perdão e redenção.
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