18.9.25

Nó cego

O que se compra

com uma boca cheia de palavras?

Foi assim

em pose sarcástica

cheia de moléculas de certeza imponderável 

que amanheceu a conversa

como se fosse preciso

acordar sem aviso prévio

e os ouvidos 

a que se destinava a boca sem travão

estivessem obrigados a ocuparem essa posição. 

 

Um logro bastante.

 

Tomaram a palavra os ouvidos desafiados

desta vez sua uma pose

a desobediente pose

cultora de impaciência com as frivolidades atávicas. 

Não queriam ser o caudal

por onde entrava 

a gongórica prestação de inutilidades. 

Infelizmente

as preces de uns sobrepõem-se

ao silêncio dos que

impassíveis

fogem do centro do palco. 

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