Bastam-me
os botões de punho
as
areias movediças
na
tela escura do cinema
ou
a praia acobreada pelo entardecer.
Bastam-me
canções fugidias
olhos
entaramelados pela chuva macia
fatias
brandas de um bolo
ou
a colher de um anjo sobre a mesa.
Não
quero
se
não o património a mim vindo
as
pratas embolsadas com suor
a
estirpe cuidadosa de um ano solar.
Não
quero
se
não as espadas desafiadas
os
bolsos cheios de mãos verrinosas
e,
à outrance, o desdém a quem o merece.
Todavia,
se
o entardecer vem embaciado
e
os olhos se entaramelam mais
convoco
um oráculo à mão de semear
e
moo as inquietações que doem.
Todavia,
se
cicatrizes por fechar houver
enquanto
se verte o chá quente na chávena
desembolso
a maquia precisa
encerro
a polémica no fuso da indiferença.
Pois
não há mangas alvares
que
usurpem as horas vagas
nem
excruciantes personagens
cativando
saliência;
pois
o que há é um império ditado
de
dentro das bainhas da alma
onde
os almocreves da tarouquice
não
têm lugar à mesa.