31.3.16

Dos olhos famintos

De onde vêm uns olhos sôfregos
vulcões archotes
incendiários da desrazão?
De onde vêm:
talvez de um teatro sem paredes
que se abraça ao vento que transige;
ou
talvez
do mundo açambarcado pela vontade sem freio.
Uns olhos sagazes
que desaguam
na furiosa vitualha de conhecimento.
Anseiam noites de insónia:
temem que é curto o tempo
que ampara o conhecimento.
Olhos tais            
muletas vitais
não se encontram ao acaso.
Olhos tais,
profusamente letrados
alegremente radiosos
pintores das cores à volta,
estão dispostos a tirocínio.

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