As
folhas rasteiras
humedecidas
pela noite fria
levitam
ao primeiro vento matinal.
Sobra
nas folhas o néctar deposto
por
caídas dos ramos que foram seu regaço.
Ensaiam
uma coreografia sem rumo
à
medida dos golpes desembainhados
pelo
vento.
Perdem-se
umas das outras
enquanto
o vento cicia seu almanaque tardio.
Hão
de ser apenas vestígio
condenadas
a matéria morta:
presas
ao vidro de um carro
na
ante-sola de um sapato
dissolvidas
na vertigem do rio.
Condenadas
aos dias escuros.
Os
dias sem candeeiros possíveis
nem
olhos com saber de olhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário